Você está em: Início Projetos e Lutas Por que lutamos pela Agroecologia
Estamos tão acostumados com a ideia de utilizar veneno para produzir alimentos, que não nos perguntamos se há outro modelo de produção; um modelo que garanta alimento sem comprometer o solo, a água e a saúde das pessoas.
Este modelo existe, é viável e tem mais de 4 mil iniciativas que já deram certo em Santa Catarina. A agroecologia mostra, na prática, que é possível não só produzir alimentos de qualidade, como melhorar a vida das pessoas no campo, e na cidade.
A proposta agroecológica une produção socialmente justa, viável economicamente e que garante respeito às nossas principais fontes de vida, a água e a terra.
O Fórum Permanente da Agricultura Agroecológica e Sustentável, presidido por Padre Pedro, realizou encontros em todas as regiões do Estado para identificar, discutir e propor ações locais dirigidas ao desenvolvimento da agricultura orgânica.
Em cinco encontros foram mais de 80 propostas, com a participação de associações de agricultores, estudantes, representantes de universidades, da Epagri e de organizações que apóiam a produção agroecológica.
Entre os principais pontos estão políticas de crédito e uma estratégia que divulgue e esclareça a população sobre a diferença entre produzir com o pacote agroquímico (e consumir isso nos alimentos) e o modelo agroecológico.
Apesar das experiências de sucesso na produção e comercialização, a agroecologia não conta com o apoio que a agricultura agroquímica recebe.
- Santa Catarina tem um dos maiores potenciais para a agroecologia no País: 90% das unidades têm como modelo a agricultura familiar. Criar uma política no Estado e lutar pela implementação efetiva da Política Nacional de Agroecologia (Decreto 7.794, de 2012) são ações essenciais, com impacto social, ambiental e na produção de alimentos.
- O Fórum Para Preservação do Aquífero Guarani e Águas Superficiais (também presidido por Padre Pedro) apontou que os agrotóxicos estão comprometendo até as reservas subterrâneas de água. Para garantir abastecimento de água, é preciso investir na redução e eliminação dos agroquímicos.
- Estudos mostram que experiências agroecológicas têm circuitos curtos de comercialização. Toda política de incentivo deve prever também uma estratégia de comercialização.
- As estatísticas apontam que agricultores que já mudaram a produção melhoraram a renda e a qualidade de vida. Para legitimar-se na sociedade como único caminho possível, o agronegócio desqualifica o enfoque agroecológico e a agricultura familiar. Precisamos informar a população sobre os benefícios sociais, econômicos e ambientais da agroecologia.
- A agroecologia não é prioridade para os órgãos de pesquisa e extensão agrícola. Defendemos a ampliação da participação da Epagri e o ingresso da Embrapa nas ações e pesquisas voltadas ao setor.
Fórum Parlamentar da Agroecologia
A criação do Fórum foi proposta por Padre Pedro em 5 de novembro de 2011. A partir de uma articulação com especialistas e famílias que produzem agroecológicos em várias regiões, o Fórum realizou encontros regionais para diagnóstico das demandas do setor e avanços na articulação de um Plano Estadual de Agroecologia.
Frente Parlamentar em Defesa da Agroecologia
Proposta pelo deputado no início do ano de 2011, a Frente Parlamentar Catarinense pelo Desenvolvimento da Agroecologia e da Produção Orgânica surgiu a partir da criação da Frente Parlamentar Federal de apoio à agroecologia, proposta pela deputada federal Luci choinacki.
Em ambas as frentes, o objetivo é estimular o debate entre parlamentares, agricultores, movimentos sociais e populares e o Poder Executivo, em relação às práticas agroecológicas, ao aumento da produção e do consumo destes produtos e às necessidades do setor para crescer em Santa Catarina e no País.
Para Padre Pedro a desinformação da sociedade em relação aos modelos de produção prejudica a capacidade de avaliação da população, que muitas vezes defende uma forma de agricultura danosa à natureza, à própria sociedade, e às famílias de agricultores. “Queremos a difusão de dados de pesquisas científicas, e o envolvimento neste processo das universidades, associações, cooperativas, de agricultores que trabalham no setor”, afirma o parlamentar.
Sinônimo de saúde
A agroecologia é sinônimo de saúde, tanto para os agricultores como para os consumidores. Estima-se que atualmente quase 4,5 mil famílias de pequenos agricultores cultivam produtos orgânicos em Santa Catarina.
As universidades públicas e privadas já possuem linhas acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão em agroecologia e executam importantes projetos na área, beneficiando diretamente a sociedade.