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Padre Pedro ingressou com uma ação popular na Vara da Fazenda Pública de Florianópolis solicitando à justiça que obrigue o Estado a não mais considerar os gastos com inativos como investimentos em saúde e educação. O Estado é obrigado a aplicar, respectivamente, 12% e 25% da receita tributária líquida nas áreas. No entanto, segundo o levantamento solicitado pelo parlamentar, a inclusão dos pagamentos de inativos era utilizada pelo Governo para alcançar os percentuais, o que acabou reduzindo os repasses.
A inclusão, que é considerada irregular pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), retirou cerca de R$ 500 milhões da saúde catarinense, entre 2003 e 2010. O parlamentar lembrou que a luta do magistério por valorização salarial, por exemplo, acabou frustrada com o achatamento do plano de carreira, o que poderia ser corrigido se o percentual de 25% de aplicação no setor fosse respeitado.
Deputado pede que MP atue para garantir verbas a saúde e educação
O desrespeito à aplicação destes percentuais também foi o principal argumento de uma representação contra o Governo do Estado, protocolada pelo deputado Padre Pedro quando foi líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa.
A representação foi endereçada ao na época procurador-geral de Justiça do Estado, Gercino Gerson Gomes Neto. O objetivo é garantir que o Ministério Público Estadual instaurasse inquérito civil e encaminhasse ação civil pública exigindo a responsabilização do administrador público pela não aplicação exata dos percentuais em saúde e educação.
Representação pede análise do STF e intervenção federal
Padre Pedro também levou os fatos ao conhecimento do procurador-geral da República, Antônio de Souza. Em pedido apresentado ao procurador, o parlamentar sugeriu o encaminhamento de representação ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscando a análise do órgão sobre os dados.
Descumprimento do artigo 170 deixou 18,8 mil fora da universidade
O artigo 170 da Constituição Estadual estabelece a aplicação de 5% do orçamento da educação no financiamento de bolsas de estudo a alunos do ensino superior. A partir de critérios de carência, as bolsas garantem hoje os estudos de apenas 20 mil estudantes.
A realidade poderia ser bem diferente, caso o percentual fosse respeitado. Na última prestação de contas, por exemplo, o valor aplicado foi de R$ 28,5%, que significa apenas 51,21% do que determina a Constituição.
Caso fosse aplicado o valor integral previsto na lei, R$ 55,7 milhões, seria possível financiar outras 18,8 mil bolsas de estudo a acadêmicos de diversas universidades. Para se ter uma idéia do que significa isso, seria possível contemplar os mais de 15 mil estudantes do Oeste e do Norte do Estado, que solicitaram uma bolsa e não foram contemplados. Ainda assim, sobrariam outras 3,8 mil bolsas.