O líder do PT na Assembléia Legislativa, deputado Padre Pedro, defendeu, na manhã desta quinta-feira (13), que o fim da CPMF abre caminho para a taxação das grandes fortunas no país. "A CPMF, por mais questionável que seja, era uma forma de determinar que as pessoas que têm mais, paguem mais. Agora não há razão para deixar de lado o debate sobre um imposto para as grandes fortunas", afirmou o parlamentar.

Padre Pedro justifica a posição afirmando que, a partir de agora, também fica inviabilizado o cruzamento de dados, por parte da Receita Federal, o que permitia ao Fisco identificar grandes sonegadores. "Vemos centenas de negócios com lucros exorbitantes, muitos deles construídos às custas da luta de inúmeros trabalhadores. O imposto sobre grandes fortunas será uma forma indireta de distribuir renda", complementou.

O parlamentar lamentou a forma como a CPMF foi extinta, e afirmou que a própria bancada petista na Assembléia defende que a CPMF deveria acabar, contudo, não sem antes ser substituída por uma outra forma de cobrança sobre quem tem mais recursos. "Usaram um mecanismo de financiamento de diversas políticas públicas como arma política. Também concordávamos com a extinção da CPMF, mas o que o PSDB e outros senadores oportunistas fizeram foi prejudicar a própria população", defendeu.

De acordo com o inciso VII, do artigo 153, da Constituição Federal, cabe à União instituir impostos sobre grandes fortunas. Contudo, sua aplicação depende de uma lei complementar, que ainda não existe. "O debate sobre esse tema precisa começar, e com urgência", complementou Padre Pedro.