Você está em: Início Sala de Imprensa Marcha do MST reúne mais de mil pessoas…
No último domingo (12/03) cerca de 300 famílias ocuparam a fazenda Maravilha, no Município de Campo Erê, sob a coordenação do Movimento dos Sem Terra (MST). Segundo representantes do movimento, o acampamento foi montado porque a área já está arrendada há 20 anos e tem denúncias de crime ambiental. Para demonstrar a organização do grupo e cobrar respostas sobre o encaminhamento da fazenda aos programas de Reforma Agrária, o MST promoveu uma marcha, no sábado (18/03), entre o acampamento, no interior do município, e o centro da cidade de Campo Erê.
Mais de mil pessoas participaram da marcha, que reuniu os acampados, assentados e apoiadores. Entre os presentes, várias lideranças de municípios da região, como Dionísio Cerqueira, São Miguel do Oeste, Anchieta, Quilombo e Chapecó. Durante a caminhada o grupo recebeu manifestações de apoio de lideranças políticas do município e da região, profissionais da educação e simpatizantes do movimento.
O Deputado Padre Pedro participou do evento e comentou sobre a força da organização do grupo. “O MST é um movimento revolucionário porque tem a capacidade e a coragem de enfrentar o latifúndio e lutar pela partilha da terra”, declarou Padre Pedro. Para o Deputado, é a partir da organização dos movimentos sociais e de iniciativas como esta que as mudanças acontecem, que novos rumos são dados ao Brasil.
Segundo o Coordenador Regional do MST, Álvaro Santin, a fazenda tem registros de crime ambiental pela pulverização de venenos lançados a partir de aviões na propriedade. Santin afirma que as 300 famílias irão permanecer na terra e que novas ações serão realizadas para que haja o assentamento.
No Brasil, um quarto da população vive do trabalho no campo e é esta camada social que mais sofre com a questão fundiária. A má distribuição de renda e terras é fator histórico. A luta pela distribuição de terras no Brasil esta envolvida com aspectos políticos e econômicos. O MST busca discutir estratégias voltadas para esta questão. O movimento já tem 21 anos de existência no país e, em Santa Catarina, um dos primeiros atos do grupo foi em 1980, com a ocupação da Fazenda Burro Branco, também no município de Campo Erê.