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 Um sistema de ação e reação nas catástrofes

Publicado em 23 de Setembro de 2009

Deputado Padre Pedro Baldissera (PT)

Nosso Estado, em menos de um ano, enfrentou no mínimo três ocorrências relacionadas ao clima que desestabilizaram diferentes regiões, ceifaram vidas e, ao mesmo tempo, também nos apresentaram questionamentos.

A chuva e os conseqüentes alagamentos e desmoronamentos no Vale do Itajaí, em novembro de 2008, a seca que assolou mais de 130 municípios no primeiro semestre e as recentes ocorrências de vendavais e tornados suscitam, além de debates, a necessidade de encaminhamentos práticos.

Acredito que trabalhamos com três pontos fundamentais. O primeiro é o meio ambiente. Mesmo carentes de estudos científicos conclusivos, que determinem causas para essas ocorrências climáticas, é possível afirmar que o modelo de desenvolvimento adotado leva a desequilíbrios ambientais, que no mínimo agravam as consequências dessas catástrofes.

O segundo ponto refere-se à previsão desses fenômenos. Isso envolve estrutura tecnológica, investimento em pesquisa e qualificação. Se temos a informação de que o Estado é vulnerável a essas ocorrências, é óbvia a necessidade de investimento neste setor.

O terceiro ponto, e neste me atenho, refere-se à rede de atendimento formada após os fenômenos, com o objetivo de socorrer emergencialmente e reestruturar as comunidades atingidas por calamidades. Estado e País carecem de uma legislação sobre calamidade pública. Os governos precisam iniciar articulações de forma a garantir que as defesas civis funcionem efetivamente nos municípios, em conjunto com a sociedade, respondendo com a devida emergência a essas questões.

Como alguns especialistas no assunto já manifestaram, também é preciso proporcionar visibilidade e qualificação à rede catarinense de defesa civil. Ao mesmo tempo, é necessário envolver a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa do Cidadão, de forma a empreender ações sistêmicas entre todos os órgãos de segurança. Isso vai garantir um planejamento estratégico de emergência, racionalizando recursos e agindo mais rapidamente para restaurar as condições de vida nas comunidades atingidas.

Apesar de todo esforço e competência dos coordenadores e profissionais da Defesa Civil, é humanamente impossível que ela atue sem um apoio legal e técnico adequado, em todo Estado. Eles dependem de uma série de medidas burocráticas que somente atrasam o atendimento à população que precisa de socorro e apoio.

Um exemplo disso é o aproveitamento da madeira das árvores derrubadas pelo vendaval ou pelo tornado, nas regiões atingidas. Elas podem ser utilizadas para a recuperação de casas, estruturas produtivas e até na troca por materiais de construção. No entanto, o caminho legal para isso é tortuoso e garante o aproveitamento de uma pequena parte da madeira. Isso só mostra a pertinência de uma legislação que desburocratize a ação dos órgãos de apoio e segurança, e que confira à própria população a autonomia e a segurança necessárias para que atuem em momentos de calamidade.


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