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 Urgência de Estado

Publicado em 30 de Abril de 2009

A estiagem que atinge principalmente o Oeste de SC já é uma tragédia catarinense. Imaginem anos seguidos de prejuízos no principal setor econômico de uma região, que somente com o leite movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano.

Cerca de 80% dos agricultores dessas regiões têm sua renda vinculada diretamente à produção leiteira. A seca, nos últimos quatro anos, inviabilizou a fixação e desenvolvimento das pastagens, o que reduziu a qualidade da alimentação do gado e ao mesmo tempo, fez com que o com os produtores de leite tivessem que antecipar a utilização da silagem.

Além disso, a principal cultura social da região, o milho, foi prejudicada em praticamente todos os anos. O grão, utilizado para consumo nas famílias e para a formação da alimentação do gado, teve área e produção reduzida, o que prejudicou ainda mais os agricultores.

O resultado dessa configuração dramática é que, além do racionamento no abastecimento de água das cidades, nos últimos meses o campo deixou de produzir e garantir o sustento a milhares de famílias. Como conseqüência, observamos um novo processo de recuo no desenvolvimento das regiões, que historicamente enfrentaram dificuldades em razão da ausência investimentos e da falta da atenção do poder público.

Esta conjuntura justifica uma ação conjunta dos governos municipais, estadual e federal. Como na tragédia que causou mortes, prejuízos e deixou marcas na história do vale do Itajaí, em dezembro de 2008, a situação no oeste merece a atenção dos poderes públicos.

É preciso atuar em duas linhas prioritárias de ação. A primeira, urgente, é garantir a anistia às dívidas dos produtores que comprovadamente tiveram prejuízos com a secas dos últimos anos. Isso garante capitalização aos agricultores e ao mesmo tempo permite que a produção no campo seja retomada a partir de 2009. Se o financiamento agrícola serve para garantir alimento na mesa dos brasileiros e a manutenção dos homens e mulheres no campo, nada mais lógico que, ao enfrentaram anos seguidos de seca, os poderes públicos se mobilizem de maneira a permitir que os poucos recursos que restaram depois de constantes prejuízos fiquem na mão dos produtores.

Em um segundo momento, é fundamental que os governos pensem o abastecimento de água e a preservação ambiental a longo prazo. Em diversas ocasiões alertamos que países áridos, no Oriente Médio, não enfrentam o problema da falta de água apesar da chuva ocorrer em apenas alguns períodos ao longo do ano. Os governos desses países utilizaram a ciência e a tecnologia disponível para construir cisternas, para melhorar o manejo das áreas de matas ciliares, e principalmente, investir em sistemas que garantem o abastecimento de água durante os períodos de seca.

Defendemos a adoção de medidas emergenciais e o planejamento de longo prazo como únicas formas de garantir a produção agrícola hoje, e o abastecimento de água no futuro, sem os percalços enfrentados atualmente. Todas as conseqüências das seguidas estiagens poderiam ter um impacto muito menor se há dez anos as medidas necessárias tivessem sido adotadas.

A urgência bateu a porta dos governos, é hora de saber se eles atenderão ou esperarão que o pior ocorra.

Deputado Padre Pedro Baldissera


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